Volta e meia vejo gente dizendo que a vida é curta e se pautando nesse conceito para tomar decisões atitudes e coisas do tipo. Embora eu concorde que seja louvável sair da estagnação e fazer as coisas acontecerem em sua própria vida, acho que existe um erro de conceito quando você o faz partindo da ideia que a vida é curta. Ela não é, ela dura uma vida inteira. Eu, em vez disso, venho tentando pautar minhas decisões e atitudes nem tanto na brevidade da vida, mas sim em sua inevitabilidade e imprevisibilidade.
Devemos aceitar correr certos riscos, dar a cara a tapa, mesmo, e digo isso principalmente no que se refere a relacionamentos. Não sabemos até quando aquela pessoa para quem precisamos dizer algo ainda estará lá para ouvir; mas nos prendemos tanto à questão de não saber qual será sua reação que acabamos perdendo nossa própria reação. Enfim, como de costume, só um monte de pensamentos não necessariamente conexos, mas que precisavam de uma via para serem desabafados.
Espero ter feito a coisa certa.
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terça-feira, 30 de dezembro de 2014
domingo, 13 de maio de 2012
terça-feira, 22 de junho de 2010
Vila Itororó(ou: Cidades ocultas, ou: Lugar Nenhum)
Olá a tod@s.
Escondida no coração da cidade de São Paulo existe uma pequena jóia urbana. Um lugar que transpira história e é esmagado sob o peso dessa mesma história. Uma história de ostentação luxuosa, que em seu desenvolvimento tornou-se uma história de descaso e abandono, correndo o risco, hoje em dia, de tornar-se uma história de autoritarismo.
Estou falando da Vila Itororó, um impressionante conjunto urbano construído entre 1922 e 1929 pelo comerciante português Francisco de Castro. Em sua época, a Vila foi um conjunto de alto nível, até ser invadida em 1950 por moradores irregulares.
Gradualmente o local deteriorou-se, ao ponto de em 1984(emblemático? simbólico?) já ser considerada um exemplo de destruição por abandono, como declarado por um arquiteto a um jornal da época, chegando ao ponto, em 1997, da entidade legalmente proprietária do imóvel desistir de cobrar os aluguéis do imóvel, que tornara-se um cortiço.
Hoje, quem passa por aquela região (próximo ao Bixiga, na realidade, a "rua dos fundos" da Vila é a Maestro Cardim, próxima à Avenida Vinte e três de maio) nem sequer imagina que oculto naquele miolo está algo que pode ser definido como "o que aconteceria se o Theatro Municipal virasse um cortiço"(não por acaso, as colunas que sustentam o palacete principal são ditas oriundas da demolição do Teatro São José, que ocupava o local onde hoje está o Shopping Light).
E assim, chegamos ao futuro da Vila Itororó. Hoje, esse local abandonado por seus proprietários e ocupado por pessoas abandonadas por seus governantes está prestes a ser adquirido pela Secretaria da Cultura. O plano é despejar as pessoas que lá vivem e remanejá-las para moradias do CDHU na mesma região (os dados que obtive na internet variam de 170 a 220 pessoas) e criar um centro cultural, com cinemas, bibliotecas e etc.
Veremos.
De acordo com as últimas notícias a respeito(é, eu acompanho isso faz uns bons seis meses!), o projeto de revitalização da área, pelo arquiteto Decio Tozzi, deve ficar pronto em agosto (em seu site há alguns esboços do que ele provavelmente seguirá), os moradores devem ser despejados por volta de dezembro (porque nada é mais coração gelado do que um despejo em massa na época do Natal) e as obras de revitalização devem começar em 2011.
Somando tudo, pelo menos EM TEORIA sai algo equilibrado para todos os envolvidos: A prefeitura aproveita um terreno bem localizado e espaçoso, admiradores de história e arquitetura ganham acesso livre a um pedaço curioso da cidade, os moradores de baixa renda continuam tendo onde morar. Até aí parece tudo ok.
Mas eu digo: se depois da tal restauração a prefeitura "mudar de idéia" e o imóvel acabar sendo vendido como um imóvel "de alto nível" novamente, vai restar quase nada no mundo me impedindo de virar anarquista logo de vez.
Bônus tracks: No canal do usuário phlemos no Youtube, existem 4 vídeos sobre a Vila, para um trabalho da faculdade de Arquitetura da Universidade Braz Cubas. Feitos em 1977! Com uma câmera Super8! Vale a pena assistir!
Ah, sim! Os links dos locais de onde tirei as fotos que ilustram este post, na ordem que aparecem:
http://www.vivasp.com/texto.asp?tid=7101&sid=11
http://www.ajorb.com.br/hb-vila_itororo.htm
http://flanelapaulistana.com/?p=889
http://raquelrolnik.wordpress.com/2009/08/05/vila-itororo-precisa-de-uma-solucao-completa-moradia-para-a-comunidade-e-preservacao-do-patrimonio-historico-e-cultural/
Escondida no coração da cidade de São Paulo existe uma pequena jóia urbana. Um lugar que transpira história e é esmagado sob o peso dessa mesma história. Uma história de ostentação luxuosa, que em seu desenvolvimento tornou-se uma história de descaso e abandono, correndo o risco, hoje em dia, de tornar-se uma história de autoritarismo.
Estou falando da Vila Itororó, um impressionante conjunto urbano construído entre 1922 e 1929 pelo comerciante português Francisco de Castro. Em sua época, a Vila foi um conjunto de alto nível, até ser invadida em 1950 por moradores irregulares.
Gradualmente o local deteriorou-se, ao ponto de em 1984(emblemático? simbólico?) já ser considerada um exemplo de destruição por abandono, como declarado por um arquiteto a um jornal da época, chegando ao ponto, em 1997, da entidade legalmente proprietária do imóvel desistir de cobrar os aluguéis do imóvel, que tornara-se um cortiço.
Hoje, quem passa por aquela região (próximo ao Bixiga, na realidade, a "rua dos fundos" da Vila é a Maestro Cardim, próxima à Avenida Vinte e três de maio) nem sequer imagina que oculto naquele miolo está algo que pode ser definido como "o que aconteceria se o Theatro Municipal virasse um cortiço"(não por acaso, as colunas que sustentam o palacete principal são ditas oriundas da demolição do Teatro São José, que ocupava o local onde hoje está o Shopping Light).
E assim, chegamos ao futuro da Vila Itororó. Hoje, esse local abandonado por seus proprietários e ocupado por pessoas abandonadas por seus governantes está prestes a ser adquirido pela Secretaria da Cultura. O plano é despejar as pessoas que lá vivem e remanejá-las para moradias do CDHU na mesma região (os dados que obtive na internet variam de 170 a 220 pessoas) e criar um centro cultural, com cinemas, bibliotecas e etc.
Veremos.
De acordo com as últimas notícias a respeito(é, eu acompanho isso faz uns bons seis meses!), o projeto de revitalização da área, pelo arquiteto Decio Tozzi, deve ficar pronto em agosto (em seu site há alguns esboços do que ele provavelmente seguirá), os moradores devem ser despejados por volta de dezembro (porque nada é mais coração gelado do que um despejo em massa na época do Natal) e as obras de revitalização devem começar em 2011.
Somando tudo, pelo menos EM TEORIA sai algo equilibrado para todos os envolvidos: A prefeitura aproveita um terreno bem localizado e espaçoso, admiradores de história e arquitetura ganham acesso livre a um pedaço curioso da cidade, os moradores de baixa renda continuam tendo onde morar. Até aí parece tudo ok.
Mas eu digo: se depois da tal restauração a prefeitura "mudar de idéia" e o imóvel acabar sendo vendido como um imóvel "de alto nível" novamente, vai restar quase nada no mundo me impedindo de virar anarquista logo de vez.
Bônus tracks: No canal do usuário phlemos no Youtube, existem 4 vídeos sobre a Vila, para um trabalho da faculdade de Arquitetura da Universidade Braz Cubas. Feitos em 1977! Com uma câmera Super8! Vale a pena assistir!
Ah, sim! Os links dos locais de onde tirei as fotos que ilustram este post, na ordem que aparecem:
http://www.vivasp.com/texto.asp?tid=7101&sid=11
http://www.ajorb.com.br/hb-vila_itororo.htm
http://flanelapaulistana.com/?p=889
http://raquelrolnik.wordpress.com/2009/08/05/vila-itororo-precisa-de-uma-solucao-completa-moradia-para-a-comunidade-e-preservacao-do-patrimonio-historico-e-cultural/
quinta-feira, 15 de abril de 2010
Retorno eterno
"ESSE cativeiro é ADORÁVEL"
Com essas palavras eu encerrei um post de novembro, que fora um outro post em janeiro, inspirado pelo terror causado pela tenebrosidade palpável do Celtic Frost, foi minha última manifestação neste blog.
Uma preciosa lição foi aprendida nesse tempo: NENHUM cativeiro, sem exceções, pode ser considerado "adorável"; pois ao fazê-lo, abrimos mão de nossa capacidade de juízo, de escolha. E ao nos tornarmos dependentes do suposto "cativeiro adorável", perdemos o prazer pela liberdade. E então, quando na condição de cativos, recebemos, sem pedir, a liberdade de volta, ela torna-se uma experiência traumática.
A liberdade deve ser amada. Não uma gaiola dourada cravejada de cristais e safiras, com fontes inesgotáveis de mel.
É bom estar de volta.
Com essas palavras eu encerrei um post de novembro, que fora um outro post em janeiro, inspirado pelo terror causado pela tenebrosidade palpável do Celtic Frost, foi minha última manifestação neste blog.
Uma preciosa lição foi aprendida nesse tempo: NENHUM cativeiro, sem exceções, pode ser considerado "adorável"; pois ao fazê-lo, abrimos mão de nossa capacidade de juízo, de escolha. E ao nos tornarmos dependentes do suposto "cativeiro adorável", perdemos o prazer pela liberdade. E então, quando na condição de cativos, recebemos, sem pedir, a liberdade de volta, ela torna-se uma experiência traumática.
A liberdade deve ser amada. Não uma gaiola dourada cravejada de cristais e safiras, com fontes inesgotáveis de mel.
É bom estar de volta.
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
quarta-feira, 15 de julho de 2009
Blind with weeping
Minha cachorra mais velha, Catita, morreu hoje, com 14 anos.
É algo natural, era uma cachorra bem velhinha, e como todo ser vivo, chegou o momento dela.
Fico triste por ela ter partido, não tenho como negar, e mesmo que pudesse seria o maior dos hipócritas.
Mas, por outro lado, lembro-me do que me deixava feliz nela.
Fico feliz de ter tido uma cachorra com pelo tão bonito que PESSOAS diziam que gostariam de ter o cabelo daquele jeito.
Fico feliz de ter tido uma cachorra tão disciplinada que se você a deixasse em frente a um prato de comida ela nem ENCOSTARIA nele se você não autorizasse.
Fico feliz de ter tido uma cachorra que quando era um filhotinho minúsculo nao tinha medo de sair correndo rosnando e latindo atrás de mim e de minha irmã.
Enfim, fico feliz de ter passado meu tempo com essa cachorra e feliz por ter tido uma cachorra de apartamento que soube ensinar-me novamente o que era amar os animais.
Mas isso não evita que eu sinta sua falta.
É algo natural, era uma cachorra bem velhinha, e como todo ser vivo, chegou o momento dela.
Fico triste por ela ter partido, não tenho como negar, e mesmo que pudesse seria o maior dos hipócritas.
Mas, por outro lado, lembro-me do que me deixava feliz nela.
Fico feliz de ter tido uma cachorra com pelo tão bonito que PESSOAS diziam que gostariam de ter o cabelo daquele jeito.
Fico feliz de ter tido uma cachorra tão disciplinada que se você a deixasse em frente a um prato de comida ela nem ENCOSTARIA nele se você não autorizasse.
Fico feliz de ter tido uma cachorra que quando era um filhotinho minúsculo nao tinha medo de sair correndo rosnando e latindo atrás de mim e de minha irmã.
Enfim, fico feliz de ter passado meu tempo com essa cachorra e feliz por ter tido uma cachorra de apartamento que soube ensinar-me novamente o que era amar os animais.
Mas isso não evita que eu sinta sua falta.
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