terça-feira, 13 de maio de 2014

Rascunhos sob uma lua cheia

Nietzsche dizia algo que deve ser mais ou menos o equivalente de "A arte existe para que não morramos de realidade". Decidi levar a sério essa frase, e como rolaram algumas coisas meio negativas, em vez de me deixar abater, preferi recorrer a algo maior do que eu mesmo e maior que meus problemas.
E disso saiu uma breve estrofe do que um dia pode virar um poema completo. Ou não.


No trono de Hécate, senta-se Diana.
O olho de prata volta-se à Terra.
Eis que a seta, então, no solo se crava.
Bela e terrível, Ártemis caça.


E... É isso. Me inspirei na lua cheia que entra pela janela do meu quarto neste momento. Hécate era uma divindade lunar, assim como Diana/Ártemis. A ideia aqui foi estabelecer brincar um pouco com imagens associadas à lua e atribuí-las às três personagens, começando em Hécate, que fornece a base sobre a qual se assenta Diana (a própria lua), que ao voltar seu olhar argênteo (a luz do luar) à Terra, lança-se ao solo, cravando uma seta (a luz do luar se solidificando e metamorfoseando-se em Ártemis) e então, Ártemis parte à caça, como símbolo da mulher com apetites sexualmente ativos.

Algo assim.

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