domingo, 23 de novembro de 2008

Benediction – Killing Music


O Benediction é MAIS do que uma “banda boa”. Eles são uma ESCOLA DE VOCALISTAS DE DEATH METAL! Tanto são que conseguem algo difícil: Em vez dos vocalistas imprimirem sua marca sobre o som da banda, é a banda que FAZ os vocalistas soarem como “vocalistas do Benediction”. E isso é perfeito! Ouçam “Controlopolis(rats in the mask)”. Com essa música, tem horas que é difícil lembrar que hoje em dia Dave Ingram canta no Bolt Thrower(e, por sinal, hoje em dia a voz de Ingram lembra bem pouco os vocais da época de “The Dreams you Dread”, por exemplo)! Na verdade, Dave Hunt, o atual monstro porta-voz da banda, quase nos faz esquecer de um tal de Barney Greenway. E digo mais: Se Killing Music tivesse uma orientação MENOS grindcore e mais puramente death, ele conseguiria tirar esse “quase”. E assim chegamos a outro tópico da resenha: Neste play o Benediction SE ENTREGA às suas raízes grind. Para ressaltar isso, eu poderia citar somente o cover para “Largactyl”, de ninguém menos que o Amebix, banda britânica de importância fundamental para a existência do crust. A já citada “Controlopolis” é sem dúvida o destaque absoluto, mas o álbum como um todo “deixa-se ouvir” com facilidade. Se quiser algo para bater a cabeça e agitar que nem um louco, com uma produção clara e pesada, essa é a pedida!

sábado, 15 de novembro de 2008

Paraíso perdido - Ou: O caminho do conhecimento não cruza com o caminho do conforto

Boa noite a todos.
Aqui estou eu postando o texto que era para eu ter postado ontem à noite, se não tivesse sido praticamente sequestrado pela fúria que me FORÇOU a escrever o texto sobre a conclusão.
É um texto que originalmente foi publicado na revista PC Master 74, na coluna Crônica, suponho que em agosto de 2003. O autor do texto é Leandro Calçada (leandro.calcada@europanet.com.br), e assim que terminar de escrever este texto, mandarei-lhe um e-mail contando que seu texto de cinco anos atrás foi reaproveitado.
Agora, boa leitura.

"PARAÍSO PERDIDO

O caminho do conhecimento não cruza com o caminho do conforto

Por Leandro Calçada
leandro.calcada@europanet.com.br

Desde os tempos mais remotos, comer da árvore do conhecimento nos expulsa do paraíso. Não, amigos, não falo de maçãs, muito menos do momento em que Eva resolveu levar a sério aquela história do 'crescei e multiplicai-vos'. Falo do verdadeiro fruto da árvore, que apreciamos e aprendemos a perseguir todos os dias: o conhecimento do bem e do mal, do certo e do errado, do digital e do analógico.
Se nascemos em um paraíso no qual o conhecimento cresce em árvores proibidas, nossa curiosidade nasce nos ninhos de serpente, pronta a nos oferecer a visão de tudo o que nos é o oculto. Não é exatamente uma decisão, comer ou não do fruto. Todo ser humano quer o conhecimento e sua busca é a verdadeira essência da humanidade. É essa busca, e não propriamente Deus, que nos expulsa do paraíso.
Se eu fosse religioso, diria que isso prova que o 'pecado original' está impresso em cada um de nós e ponto final. Mas não é o significado religioso, e sim o prático, que me interessa. E, na prática, escolhemos a árvore do conhecimento desde o mais rudimentar primeiro aprendizado.
Explico: cada pequeno aprendizado, ainda que inocente, traz uma visão de mundo mais completa, que torna a vida melhor. Com a melhor percepção, entretanto, percebemos que há mais conhecimento a buscar, e problemas que antes não percebíamos, tornam-se visíveis. Para resolvê-los, vamos atrás de mais conhecimento. Note que não é o mundo que piora, é a nossa visão que melhora.
Todo este conhecimento nos coloca frente a problemas cada vez maiores. E conforme melhora nossa visão do mundo, progressivamente perdemos o paraíso. Uma a uma as fantasias infantis de inocência dão lugar à realidade do bem e do mal, da inimizade e da desconfiança. Lembro-me de ter, na adolescência, uma contínua e equivocada sensação de que o mundo ficava pior a cada dia.
Nessa época, finalmente percebia que para a vida não há backup, não há garantia de fábrica, e, o que é pior, não há comando para desfazer. Para completar, cedo ou tarde percebemos que só é possível prosseguir no caminho do conhecimento com liberdade. E o preço da liberdade é a expulsão do paraíso, a perda do conforto, a entrada de vez no mundo estranho e incerto da realidade. Somente com liberdade se pode buscar o verdadeiro conhecimento do bem e do mal, mas para tê-la, é preciso abandonar o paraíso e trilhar o árduo caminho da responsabilidade.
Tomar as próprias decisões exige que se abandone o paraíso. Seja saindo da casa dos pais, gerando um filho ou mudando de software proprietário para software livre, a aquisição do conhecimento melhora nossa visão, mas nos confronta com problemas mais complexos que os que tínhamos antes. O preço do conhecimento e da liberdade é a responsabilidade pela própria vida. 'Ganharás o pão com o suor do teu rosto', diz o livro. Conhecimento e liberdade têm um preço. Mas é um preço justo."

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Conclusão

Olá a tod@s.
Eu não estava querendo escrever ESTE texto hoje. Mas a inspiração veio. Veio e arrebatou-me. Arrebatou-me não como uma musa lasciva que desperta desejos incontroláveis, mas como uma implacável fúria, que devora os ossos daqueles que se opõem à sua vontade.
"Publique-me!" ela gritava, com seu hálito sulfuroso em meu rosto enquanto pressionava minha garganta e eu sentia aquelas garras, portadoras de milhares de infecções inauditas pelos mortais começando a rasgar minha carne...
A fúria lançou-me ao chão e eu comecei a sentir a febre se instalando, e não tive opção, além de rastejar até este computador e escrever as palavras que a fúria me dita, com o seu chicote amarrado ao meu pescoço:

"Já pararam para pensar o quanto da nossa vida é composta por coisas que efetivamente não vemos? Não apenas as coisas que ocorrem longe do local onde estamos, mas também as coisas que ocorrem diante de nossos olhos e não percebemos.
Suponho que seja um efeito colateral de uma mente racional. Para entender isso, preciso explicar de forma resumida o efeito descrito por Scott McCloud em seu livro 'Desvendando os Quadrinhos': McCloud fala sobre a CONCLUSÃO, que é a capacidade humana de 'criar' mentalmente os quadros da cena que faltam, por exemplo, entre um quadrinho e outro de uma história em quadrinhos. Uma capacidade humana. Racional. Inteligente. Criativa. Parte do pacote do Fogo de Prometeu. Um dos gomos da fruta da Árvore do Conhecimento. Pois bem.
A minha suposição é que o nosso uso dessa capacidade se estende para muito além das obras ficcionais, e que na verdade usamos a conclusão em nosso dia-a-dia, em atividades comuns, banais e repetitivas.
Ou seja: Você NÃO viu como vc subiu a escadaria da cozinha até o seu quarto, como vc faz todos os dias, mas SABE como o fez, pois usou a sua habilidade de CONCLUSÃO para uma cena com a qual você já está familiarizado! Impressionante, não? É meio que um Deja Vu ao contrário.
Agora, pense sobre o seguinte:
Animais.
Irracionais.
Eles não criam um "banco de dados" de cenas comuns, familiares ou repetititivas.
Resultado?
Eles EFETIVAMENTE parecem mais ágeis que o ser humano normal, de forma geral, mas no fim das contas, a verdade não é bem essa! O que ocorre, é que o poder de conclusão faz o homem reagir a situações primeiramente baseado naquilo que está armazenado em seu banco de dados de conclusão, e apenas DEPOIS é que é ativada a resposta de REAÇÃO propriamente dita. Já os animais, por não serem racionais, reagem sempre ao que está de fato acontecendo no momento.
ISSO é uma explicação EXCELENTE para não conseguirmos pegar uma mosca com as mãos, por exemplo. Ou mais ainda, a dificuldade em surpreender um felino."

E foi isso que a fúria me disse.
Tudo me dói.
Mas pelo menos ela foi-se.
Boa noite aos que sobraram.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Pra não dizer que não falei do arame farpado...

Bom, olá, gente(supondo que isto seja lido, o que é cada dia menos provável).

Seguinte:
Já coloquei aqui resenha do play novo do Moonspell? SIM.
Já coloquei aqui o link pra download do Ancient Prophecy? SIM.
Então, agora coloco aqui um anúnciozinho de um show do Melody Monster.
Em poucas palavras, quem puder ir, vá!

Um bom amanhã para tod@s!

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Mais uma nova aventura

Cada dia com o Linux é uma nova aventura. De fato, desde que eu comecei a usá-lo como sistema PRINCIPAL, minha vida no computador é cada vez mais semelhante à de um super-herói de quadrinhos! Durante o dia, Peter Parker trabalha pendurado em um PC movido a Windows, e parece um zé qualquer, mas à noite, ele torna-se o Homem-Aranha em um PC movido a Linux, com superforça, agilidade, velocidade, aderência, e é o HERÓI da vizinhança! Rs!
Ok, viajei.
O objetivo disso é contar minha nova conquista no Linux: FINALMENTE, depois de UM MÊS com a máquina, consegui abrir arquivos .rar! :-D
Recapitulando minhas conquistas com a máquina até agora:
1 - Conectar-me à net
2 - Rodar o OmegaT
3 - Rodar o Zsnes
4 - Abrir arquivos .rar!

Para quem passa por problemas semelhantes com o Mandriva Linux 2008, segue o link onde peguei o arquivo .rpm(pacote de instalação de software) que resolveu a questão:

ftp://ftp.uni-bayreuth.de/pub/linux/Mandrakelinux/official/2008.1/i586/media/non-free/release/unrar-3.71-0.beta1.2mdv2008.1.i586.rpm

E, por fim, como não poderia deixar de ser, print screen de um arquivo .rar aberto enquanto eu escrevia este post:














Ok, AINDA não é o fim! Link para download do álbum Sahara da banda israelense Orphaned Land. Motivo? Oras, é o arquivo .rar aberto na foto! Duh!

http://www.4shared.com/file/37274944/6886bc6/Orphaned_Land_-_Sahara.html

domingo, 26 de outubro de 2008

Dusk conspiracy

Durante a madrugada
Um dia torna-se outro.
Quando a cidade dorme,
Envolta em silêncio.
Dormem os cidadãos,
E sonham que são reis.
E nós, os despertos,
Mudamos o mundo.

sábado, 25 de outubro de 2008

Un haiku pour vous

Um sonho à noite,
Me desperta na aurora.
Não mais te vejo.

Devaneio existencialista

Trecho de uma conversa no MSN, na madrugada entre sexta-feira e sábado. Palavras ditas em um reino imaterial, no espaço de tempo entre as horas. Aquilo que é dito no interstício dos dias:

"Não é que vc não viva "na realidade". Apenas o seu PEDAÇO de realidade é diferente do dela. Que por sua vez é diferente do meu. Que por sua vez é diferente de... Ah, vc entendeu.Ninguém, sozinho, vive na realidade. Todos nós temos apenas partes dela.E tentamos desesperadamente fazer os nossos pedaços combinarem com os de outras pessoas que têm outros pedaços, mas não sabemos:
1)Quantos pedaços existem;
2)Quantos pedaços aquela pessoa tem;
3)QUAIS pedaços aquela pessoa tem.
A realidade só faz sentido como o todo, por isso quanto mais cada um se apega a seu pedaço de mundo, de realidade, de certeza, menos sentido o CONJUNTO das coisas passa a fazer."


Alguém concorda com isso?

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Moonspell - Night Eternal(resenha)


Metal extremo romântico. Fiquei uns meses quebrando a cabeça para encontrar outra expressão que pudesse definir este play, mas simplesmente não há COMO. É exatamente isso que os veteranos portugueses nos apresentam neste que talvez seja o melhor álbum de sua carreira. Elementos black metal, death, doom (em menor parte) e góticos são encontrados em profusão em cada canto deste play. E também não é exagero que aqui está a melhor performance do vocal Fernando Ribeiro ao longo de toda sua carreira. Seus vocais agressivos são quase demoníacos (o refrão da faixa-título é o exemplo perfeito), enquanto sua voz limpa cria toda uma atmosfera de estar olhando pela janela de uma mansão vitoriana e observar uma metrópole moderna (a introdução de At Tragic Heights, por exemplo, fornece essa ilustração de forma quase PALPÁVEL).
Além de tudo o que já foi dito até agora, o disco ainda tem uma das melhores faixas-título que eu já ouvi na presente década(favor notar o "uma das"). Realmente, teria sido uma PÉSSIMA idéia ter dado qualquer outro título ao álbum. Outra agradável surpresa é a participação de Anneke Van Giersbergen, que empresta sua voz feérica em Scorpion Flower, em uma interpretação ao mesmo tempo bela e ameaçadora. Encantadora. Essa mulher é mesmo uma sereia!
Pra não dizer que o álbum é PERFEITO, aponto como destaque negativo a guitarra "alegrinha" no começo de "Spring of Rage"(o que eles estavam pensando, afinal?).
De resto, um álbum NECESSÁRIO para qualquer um com bom gosto metálico e FORTÍSSIMO candidato a um dos melhores do ano.

www.myspace.com/moonspell